Falha tentativa de nomear para tribunal esposa do maior ficha-suja brasileiro

O estado de Mato Grosso está livre, ao menos por enquanto, da vergonha de ter entre os conselheiros do Tribunal de Contas local Janete Riva, mulher do maior ficha-suja brasileiro, o multiprocessado José Geraldo Riva. Segundo o Ministério Público, Riva et caterva desviaram meio bilhão de reais dos cofres da Assembleia Legislativa mato-grossense.

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José Geraldo Riva já sofreu todo tipo de vergonha em sua tentativa de se manter no poder em Mato Grosso. Ele começou sua carreira política no alvorecer dos anos 80. Foi quando passou da condição de pé-rapado do Nortão a multimilionário, dono de uma  fortuna incalculável amealhada, de acordo com o MP, com desvios seguidos de dinheiro. Para tanto, associou-se como gente do quilate do “Comendador” Arcanjo, bicheiro e dono de uma rede de cassinos que atualmente se encontra recolhido ao presídio de segurança máxima de Campo Grande, MS.

Riva foi condenado em várias ações de improbidade admnistrativa e responde a duas centenas de processos por todo tipo de crimo do colarinho branco. Tornou-se inelegível durante a última campanha, quando pretendia disputar o governo do estado pelo PSD, partido que controla. Riva ainda tentou transformar sua mulher Janete em candidata-laranja durante o processo eleitoral, mas não conseguiu.

Diante da saída iminente do Poder, o deputado estadual tentou outra jogada com o mesmo fim e igualmente usando a mulher como laranja. Conseguiu de seus pares a indicação de Janete para uma vaga no Tribunal de Contas do Estado. A vaga era ocupada qntes por Humberto Bosaipo, sócio de Riva no negócio da corrupção. Mas a tramoia foi barrada duas vezes pelo Poder Judiciário.

Cabe destaque para a atuação do desembargador Orlando Perri, atual presidente do TJ-MT. Foi ele quem sepultou definitivamente a manobra ao impedir que a Assembleia Legislativa sabatinasse a mulher do ficha-suja na tarde desta sexta-feira, no apagar das luzes da atual legislatura.

Pelo fim do PT

O PT já foi um partido importante para o avanço das instituições brasileiras. Oxigenou o cenário político nos anos 80 e 90 e abriu espaço para o surgimento de promessas como José Genoíno, José Dirceu e o próprio Lula. O malogro só viria em meados da primeira década do século presente.

Cueca

Hoje, no entanto, a legenda guarda muito pouca semelhança com os anos de idealismo que antecederam sua chegada ao Poder. A antiga cúpula está cumprindo pena por corrupção e outros crimes gravíssimos. As promessas desaguaram numa gigantesca frustração. Quem te viu, quem te vê. Foi contra isso que se levantou a população brasileira em junho de 2013.

Desde que passou a galgar postos na administração pública e a amealhar poder, o PT tem atuado como uma gigantesca máquina organizadora da corrupção. Logo nas primeiras denúncias apareceram indícios de que o falso-moralismo é gêmeo da violência. Celso Daniel pagou com a vida o atrevimento de se interpor entre os primeiros ladrões a serviço do partido e o butim. Toninho do PT foi pelo mesmo caminho. Testemunhas do primeiro caso morreram às pencas.

O PT tinha muito o que aprender com o escândalo do Mensalão. Não aprendeu nada. Enquanto seus dirigentes baixavam o xilindró, uma outra ala de bandidos cuidava de assaltar a Petrobras. E nas barbas do Palácio do Planalto, cuja acuidade visual é capaz de enxergar conspirações em tudo, menos onde o que está sendo fraudado é o dinheiro do contribuinte.

A máquina de corromper do PT é impressionantemente grande e coesa. Apenas terceirizadores da tunga, como os estafetas da Petrobras, desafiam a omertá partidária e contam os segredos de alcova engendrados em benefício das “causas” da agremiação.

O dinheirismo petista é tão desbragado que está pondo a perder aquela que já foi a maior empresa petrolífera do planeta. Mas o pior está ainda por vir. Para preservar as fontes espúrias de arrecadação, a cleptocracia engendrada pelos dirigentes comprometidos com a corrupção ameaça um bem ainda maior: a liberdade de expressão, que está na base da nossa jovem democracia. Tudo o que os gatunos petistas não querem é ver seus nomes relacionados com a roubalheira-meio-de-vida dessa agremiação.

Na Itália da Operação Mãos Limpas não foi diferente. O que o Ministério Público, a polícia e o Judiciário desvendaram foi uma estrutura partidária tão comprometida pela cultura da tunga que não se prestava mais para o cenário institucional. E por isso foi integralmente desfeita.

Os petistas não gostam de ouvir isso. Mas passou da hora de  começar a falar seriamente sobre a extinção desse partido. As metástases da corrupção já tomaram há muito todo o organismo, e não existe solução alopática para uma cultura que o tempo e a impunidade cuidaram de cronificar.

Dentro de uma nova estrutura, menos acostumada ao crime e ao atalho, talvez o petismo invente uma forma de se livrar da compulsão pela pilhagem. Os adversários dessa ideia dizem que a Itália não serve como paradigma de moralização da política porque a descontaminação da Operação Mãos Limpas pariu o monstro Berlusconi. E é verdade.

Talvez no Brasil os ecos do nosso status moral atual reabilitem um Collor, um Maluf. É um bom risco a correr. Talvez não. Certo, mesmo, é o que escreveu Augusto de Anjos em seus Versos Íntimos, com os quais encerro este post:

Acostuma-te à lama que te espera!
O Homem, que, nesta terra miserável,
Mora, entre feras, sente inevitável
Necessidade de também ser fera.

Desmatamento na Amazônia, por Luiz Carlos Baldicero Molion, PhD

A afirmação de que as secas da Região Sudeste estão sendo causadas pelo desmatamento da Amazônia é leviana, não tem base científica, pois não sobrevive a uma análise de dados climáticos, além de ser contrária ao bom senso. A anomalia climática pela qual São Paulo está passando é decorrente da variabilidade natural do clima e já ocorreu, até com intensidade maior, no passado.

O gráfico abaixo representa a variação dos desvios de precipitação padronizados para a Estação da Luz, no centro da capital paulista, que tem dados observados de chuva desde 1888. Nesse gráfico, notam-se desvios fortemente negativos em anos como 1933 e 1936, e na década dos anos 1960, como 1963, 1968 e 1969. Séries de precipitação mais curtas, a partir dos anos 1950, também registram as secas da década de 1960 que afetou a Região Sudeste. Ou seja, a Região já esteve submetida a secas severas no passado quando o desmatamento da Amazônia era incipiente.

tabela

A floresta está lá porque as condições climáticas globais, notadamente o transporte de umidade vindo do Oceano Atlântico Norte, criam as condições propícias para que ela exista. É claro que, após a instalação da floresta, há complexos mecanismos de interação floresta-atmosfera que tornam o clima local mais úmido. Antes do soerguimento dos Andes a 70 milhões de anos atrás, a floresta não existia como ela é vista hoje. E no pico da última era glacial, há 15 mil anos, há evidências que também não existia uma floresta extensa e contínua, mas apenas algumas “ilhas de vegetação” ou “refúgios” na denominação de Aziz Ab’Saber e Paulo Vanzolini. Portanto, é o clima global atual que permite a existência da floresta extensa e contínua, como observada modernamente, e não o contrário!

A umidade para as chuvas do Sudeste não é produzida na Amazônia. Ela vem do Oceano Atlântico Norte e, notem, apenas passa sobre a Amazônia e interage com a floresta. Como essa floresta produz atrito ao escoamento do ar que sai do oceano [como um carrinho elétrico que passa da cerâmica (superfície lisa) para cima de um tapete (superfície rugoso)], essa rugosidade cria intensa turbulência vertical e nuvens convectivas que convertem mais eficientemente parte da umidade transportada pelos ventos em chuva. O restante do fluxo de umidade oceânica segue seu caminho para fora da Região. Afirmação que “uma árvore cuja copa tenha 10 metros de raio, fornece mil litros de água por dia para a atmosfera”, tem o objetivo de sensibilizar o público leigo e usa, de forma inadvertida, resultados, por exemplo, obtidos no Experimento Micrometeorológico na Amazônia (ARME), organizado e dirigido por nós na década dos anos 1980 na Amazônia Central próximo a Manaus.

No ARME, concluímos que a evapotranspiração [evaporação + transpiração da vegetação] injetava na atmosfera 3,4 mm por dia, ou 3,4 litros de água por metro quadrado por dia [l/m2/d], um número bem inferior ao que era tido como verdadeiro na época. Ora, um círculo de 10 metros de raio possui uma área de cerca de 300 metros quadrados que, multiplicada pela taxa de evapotranspiração acima, de 3,4 l/m2/d, resulta em 1000 litros por dia. A pergunta que cabe aqui é de onde essa tal árvore retirou a umidade que está transferindo para a atmosfera? E a resposta óbvia é “a umidade foi retirada da chuva que se infiltrou no solo”. Sabe-se que 98% a 99% da umidade que a vegetação retira do solo são utilizados apenas para manter baixa a temperatura de sua folhagem por meio do processo físico de vaporização da água, que consome grandes quantidades de energia solar e refrigera a folhagem.

Se a evaporação não ocorresse, a temperatura da folhagem poderia atingir valores superiores a 34°C – 35°C e danificaria os tecidos da folhagem severamente, ou seja, a floreta não sobreviveria. Portanto, apenas 1% a 2% da água retirada do solo ficam incorporados nas árvores. A floresta não é fonte de umidade, ela é apenas um transdutor da água da chuva, que é derivada do fluxo de umidade oceânica transportado pelos ventos para dentro do continente. A floresta recicla 98% a 99% da água da chuva, devolvendo-a para o escoamento atmosférico que a transporta para outras regiões do país.

Na eventual hipótese absurda de se desmatar completamente a Amazônia, a rugosidade da floresta deixaria de existir, choveria menos na Amazônia e, pode se dizer, um fluxo de umidade um pouquinho maior do que o atual seria transportado para o Sudeste, possivelmente aumentando suas chuvas.

É fato observado e incontestável que áreas dentro da própria Amazônia e ao sul da mesma apresentam uma estação seca bem definida ao longo do ano. No Centro Oeste e Sudeste, por exemplo, a estação seca chega a ser de seis meses, notadamente entre abril e setembro.

Por que não chove nessas regiões se a floresta está em pleno funcionamento e transferindo umidade para o ar? É porque o clima global não permite a umidade existente na superfície seja convertida em chuva regionalmente. Durante a estação seca, e em anos de seca, essas regiões estão sobre o domínio de um sistema de alta pressão atmosférica de milhares de quilômetros de extensão e a inversão térmica associada a ele e existente a cerca de 2 km de altura, inibe a formação e o desenvolvimento de nuvens de chuva.

Além do ciclo anual, o clima do Brasil apresenta variabilidade interanual decorrente de fenômenos de escala global como os eventos El Niño que, afirma-se, produzem secas severas sobre a Amazônia, mesmo com toda umidade que, em princípio, seria fornecida pela floresta. Em adição, existe uma variabilidade climática na escala decadal resultante da variabilidade da temperatura da superfície (TSM) dos Oceanos Pacífico e Atlântico que, juntos, ocupam 54% da superfície do planeta.

Durante o período que o Pacífico Tropical ficou, em média, ligeiramente mais frio, entre 1946 e 1976, chovia 10% a 20% a menos no país de maneira geral. Isso porque a atmosfera [e, como consequência, o clima] é aquecida por baixo, o ar se aquece em contato com a superfície. Se as TSM ficam mais frias, o clima também se resfria, a evaporação dos oceanos se reduz, o transporte do fluxo de umidade para cima dos continentes é diminuído e uma atmosfera mais fria e mais seca produz menos chuva na região tropical.

A partir de 1999, o Pacífico começou a se resfriar e o estado energético do clima parece estar semelhante ao do período 1946-1976 quando o Pacífico se resfriou e, portanto, mais baixo que o do período 1976-1998 recém-passado, em que o pacífico estava mais aquecido e o estado energético do clima era mais elevado e chovia mais. Admitindo que o ciclo de resfriamento/aquecimento do Pacífico seja de 50-60 anos, conforme publicado na literatura especializada, o Pacífico deve permanecer, em média, ligeiramente mais frio até os anos 2025-2030.

Sob considerações meramente baseadas na dinâmica do clima global observada ao longo dos últimos 100 anos, se este se assemelhar ao período frio passado [1946-1976], as chuvas devem se reduzir em todo país, notadamente no Sudeste e Centro Oeste, independentemente de se acabar com o desmatamento e recuperar as áreas degradadas na Amazônia. Não queremos dizer, com isso, que somos favoráveis ao desmatamento na Amazônia. Muito pelo contrário, somos contra o desmatamento da Amazônia, em função da fantástica biodiversidade nela existente e dos serviços ambientais por ela prestados à sociedade. E os produtores rurais da Amazônia tem plena consciência disso.

*Luiz Carlos Baldicero Molion é meteorologista brasileiro, professor e pesquisador da Universidade Federal de Alagoas (UFAL), PhD em Meteorologia e pós-doutor em Hidrologia de Florestas. Conhecido como “o cientista que não se curva aos ambientalistas radicais” 1 é também representante dos países da América do Sul na Comissão de Climatologia da Organização Meteorológica Mundial (OMM)

É defensor da polêmica tese de que o homem e suas emissões na atmosfera são incapazes de causar um aquecimento global.

 

Eis a explicação: Petismo e malufismo, tudo a ver

A cúpula do PT encomendou uma pesquisa para saber a razão da rejeição à legenda, especialmente no estado de São Paulo. Os dirigentes da agremiação não conseguem entender por que a população mais escolarizada, melhor posicionada no espectro social e mais bem-informada do País rejeita o partido — que, aliás, nasceu em São Paulo, no ABC dos anos 80, embalado pela nata da intelectualidade brasileira.

petismomalufismo

Não era preciso gastar dinheiro com rodadas intermináveis de qualis e pesquisas quantitativas. Os paulistas rejeitam o PT justamente porque têm melhor capacidade de entender a realidade que os cerca e estão mais bem informados do que o eleitor dos grotões. Nesse ambiente, a rejeição ao petismo pode ser entendida como um fenômeno análogo ao da rejeição ao malufismo.

Nos anos 80, quando o PT estava na manjedoura, chamar alguém de malufista era o mesmo que chamar de ladrão. Lembro-me de uma passagem que eu mesmo protagonizei no início da minha atuação como repórter. O então presidente Figueiredo vinha a São Paulo toda quinta-feira para tratar a coluna vertebral com um japonês que se estabelecera no bairro do Paraíso, o ‘Doutor Nishimura’ que, ao que me recordo, não era médico nem nada. E esculhambou com a lordose presidencial.

Formava-se um corredor polonês de repórteres e cinegrafistas em frente à clínica e, sempre que Figueiredo entrava ou saía, lançávamos perguntas ao vento para ver se ele respondia ou não. Eu, ainda um moleque, aos 20 anos de idade, era bem atrevido. Perguntei-lhe porque ele não gostava de ser qualificado como malufista. Foi pura provocação.

Figueiredo deu uma resposta atravessada: “Você fala de adjetivo, eu vou te falar de um verbo. Verbo regular chatear. Tem repórter que chateia, chateia, chateia…”, vociferou, enquanto seguia para as mãos destroçadoras de colunas vertebrais do japonês do bairro do Paraíso.

Era antevéspera da eleição pelo colégio eleitoral. Maluf tinha dificuldade em consolidar sua candidatura no PDS justamente por causa de seu péssimo conceito. Assim como os petistas de hoje, sua volúpia pelo dinheiro público terminou por estigmatizá-lo. Ninguém queria aparecer na foto com Maluf, situação que iria mudar só três décadas depois, quando os petistas passaram a cortejar o velho político paulistano a cada pleito.

Malufismo e  petismo têm muito a ver um com o outro. Além de caminharem juntos pleito após pleito, não dão sorte com a justiça. O PT, com a brasileira; Maluf, com a estrangeira. Ambos têm ódio da imprensa e da Polícia Federal. E também é preciso dizer que, em relação à estratégia de dissimulação de sua atividade criminosa, Maluf foi bem mais competente do que o PT. Tanto que até hoje zomba do Judiciário, que ainda não conseguiu trancafiá-lo numa penitenciária, como ocorreu com a cúpula do Partido dos Trabalhadores.

Se há algo que pode diferenciá-los é a escala. Perto do que fez o PT, as tungas de Maluf parecem coisa de trombadinha. Não há comparação possível  entre o que foi furtado pelo malufismo e o butim amealhado pelos esquemas cleptomaníacos dos petistas. Aí estão o Mensalão e o Petrolão para prová-lo.

E há uma última dessemelhança importante. O malufismo se circunscrevia a um homem com objetivos imediatos.

A despeito do messianismo de seu líder máximo, o petismo não tem caráter pessoal; é movido por um grupo coeso que tem como perspectiva a eternidade.

Ampliar o foco e acabar com os partidos. É só o que resta a Dilma fazer.

A presidente Dilma Rousseff diz e repete desde sempre que seu governo patrocina a descoberta dos escândalos que invariavelmente colocam mais petistas na fogueira da corrupção. A afirmação é inverídica. Quem investiga os malfeitos protagonizados pelos petistas e outros aliados na roubalheira são o Judiciário, o Ministério Público e a Polícia Federal, investida de prerrogativas constitucionais. O governo central vai sempre a reboque das más notícias.

Tudo o que PT e aliados não querem é a abertura das diversas caixas de Pandora representadas pelos múltiplos esquemas profissionais de roubalheira. As investigações só acontecem, aliás, porque os partidos cleptomaníacos não conseguem, como gostariam, controlar a Justiça, o MP e a imprensa.

Até aqui, o ‘saneamento’ das instituições tem demonstrado que basta apontar a lente para algum ponto da máquina pública para encontrar os ladrões ocupantes de cargos de confiança e evidenciar sinais da rapina da qual são encarregados por delegação publicada no Diário Oficial. Com a chancela presidencial.

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A Presidente tem, no entanto, uma chance de demonstrar que o que diz é verdade e reflete seu ânimo político. A ela, que se julga dona de todos os Poderes, cairia muito bem a iniciativa de ampliar o foco e iniciar uma faxina verdadeira e substanciosa por conta própria, sem esperar pelas más notícias que certamente sairão de órgãos como as estatais do setor de energia e outros grandes contratadores de serviços. É fixar a lente e enxergar a roubalheira.

O caminho para isso já foi dado pelos próprios barnabés da corrupção. Dirijam a lente expedita da Justiça para Itaipu, onde é nítida a ascendência dos malversadores de dinheiro público. Depois foquem as agências, especialmente a ANTT, que foi loteada para homens como o espírito público do futuro ex-senador (graças a Deus!) Gim Argello, o amigão do peito de Dilma Rousseff.

Apropriar-se de conquistas que não são suas não vai fazer da Presidente a protagonista do processo. Repetir frases vazias como a de que é o governo quem patrocina a descoberta dos múltiplos esquemas não serve para nada. Com metade de seus indicados  potencialmente enrolada nos escândalos que já são conhecidos, até a reputação da próprio Dilma, que todos reconhecem ser pessoalmente honesta (o que aliás não diz quase nada, uma vez que preside um governo de larápios) corre o risco de ser enlameada. Muito ruim para quem entrou como faxineira, mas não consegue enxergar as toneladas de resíduos tóxicos da corrupção que estão diante de seu próprio nariz.

O processo que o juiz Sérgio Moro iniciou no Brasil pode desaguar em algo como a Operação Mãos Limpas, que investigou mais de cinco mil pessoas e conseguiu condenar um terço dos réus. E que, entre outros, teve o mérito de acabar com TODOS os partidos políticos italianos, igualados no lodo pela prática nefasta da tunga sistemática.

Talvez seja mesmo a oportunidade de começar o processo de depuração mandando para o lixo o que ao lixo pertence. Se os partidos foram transformados em aves de rapina pelo patrimonialismo descarado dos petistas e associados, à breca com o PT, PMDB, PP, PSDB e toda a caterva reunida sob siglas que começam com a letra P, de propina. Está mais do que claro que essas agremiações se especializaram no crime organizado, que está rapidamente transformando todos eles em gigantescas quadrilhas de assaltantes da Viúva.

BESTA e MST se juntam para pregar o golpe

Cortaram os neurolépticos da ração da BESTA (Blogosfera Estatal) ? Acabou o suprimento de Carbolitium ? A teoria da conspiração agora é a conspiração da teoria. Até o Tóffoli — coitado! — virou agente do golpe tucano-coxinhista. Vai para o Gullag quando essa antevisão do inferno se concretizar. E em conluio com quem ? Gilmar Mendes!!!!! Pelamordedeus!!!!!!

O golpe da BESTA: terror do MST para alimentar manches terroristas da petralhada.
O golpe da BESTA: terror do MST para alimentar manches terroristas da petralhada.

Veja só o clima que essa galera pretende criar. Fica cada dia mais evidente que a democracia, para os mercenários midiáticos da BESTA, é apenas uma tática. Que se suprime caso os donos da bola percebam qualquer ameaça de ter  sua malfeitoria desvendada.

O que eles fazem é ameaçar o País para tentar fazer parar as investigações na PETROBRAS. Estão usando o terror para assustar as pessoas. Antes que os vazamentos resvalem neles próprios mais do que já resvalaram. E que seus chefes  se defrontem com a perspectiva do impedimento — não pelas mãos da conexão Mendes-Tóffli, mas ao cabo de um processo cujo conteúdo probatório vem sendo impecavelmente construído pelo juiz Moro .

Nada ameaça mais a democracia do que esses terroristas midiáticos. Para nossa sorte — nossa, dos demais brasileiros, aqueles que têm que trabalhar honestamente para sobreviver — são meia dúzia e não têm a menor credibilidade. Se fossem mais numerosos e menos apegados ao jabaculê, talvez fossem motivo de preocupação. Mas não são. A democracia brasileira vai sobreviver, ainda que o País tenha que enfrentar de novo o processo que já culminou com a deposição de Collor.

 

O que está acontecendo com a água no Sudeste

Se você está assustado com a situação do abastecimento de água de beber em São Paulo, prepare seu espírito para as más notícias que começam a chegar do sistema elétrico brasileiro. O País já não está mais à beira — está vivendo um grande colapso das reservas hídricas que deveriam assegurar a geração e distribuição de energia elétrica.

Ilha Solteira: Eleição levou o nível ao zero absoluto
Ilha Solteira: Eleição levou o nível ao zero absoluto

O que provocou isso ? A falta de chuva certamente contribuiu para que a situação chegasse onde chegou. Mas o que definiu mesmo o cenário foi a manipulação das reservas hídricas com finalidade eleitoral. Para não suscitar o debate sobre a adoção de um necessário e urgente racionamento em ano de eleição, os governantes sangraram os reservatórios muito além do limite da responsabilidade. Senão, veja o que se passa no sistema.

Ilha Solteira é a terceira maior usina hidrelétrica brasileira. Tem capacidade instalada para gerar 3,44 mwh, quase cinco por cento da energia elétrica consumida no País. É gêmea siamesa de outra usina, Três Irmãos, à qual está umbilicalmente vinculada pelo Canal de Pereira Barreto, que interliga as duas represas. Tudo o que acontece com uma, acontece com a outra.

Foi por isso que ambas atingiram juntas o fundo do poço na crise hídrica atual. A reserva dos dois lagos chegou a zero, afetando de maneira mortal a geração. E não apenas isso: Graças à baixa recorde do nível de seu reservatório, Três Irmãos paralisou completamente o tráfego de barcaças ao longo da hidrovia Tietê Paraná. Quase seis milhões de toneladas ao ano deixaram de circular, levando municípios como São Simão (GO) e Pederneiras (SP) a um passo da falência.

No arrasto do colapso desses reservatórios, outras hidrelétricas brasileiras dão sinais de exaustão. Três Marias, próximo à nascente do Rio São Francisco, está se exaurindo dia a dia. Pela primeira vez na história seu nível tangencia 2% da reserva operacional. Se baixar mais 60 centímetros, a única das seis turbinas que ainda geram energia terá que ser desligada para evitar a cavitação. É a abrasão provocada pela entrada de ar no circuito de geração que pode danificar a turbina.

O lago de Furnas, no Sul de Minas, também se encontra exaurido. Está com 11,29% de sua reserva. Apesar do retorno da estação das chuvas, o reservatório ainda perde duas vezes mais água do que ganha. De acordo com o ONS, para cada 124 metros cúbicos de água que entram no lago, 280 escorrem pelas turbinas. Isso afeta um dos papéis mais importantes do imenso lago de Furnas: o de assegurar o fluxo de água para os reservatórios que ficam à jusante (rio abaixo). A grande caixa d’água do Sudeste está secando.

O mesmo papel é exercido pelo reservatório da hidrelétrica de São Simão, na divisa entre Goiás e o Triângulo Mineiro. Da mesma forma, a falta de água ameaça a segurança hídrica dos reservatórios que se situam ao longo da bacia do Rio Paraná, a começar pela exangue Ilha Solteira. As chuvas da última semana permitiram uma pequena recomposição das reservas, que passaram de cerca de 8% para pouco mais de 12%. O problema é que a afluência (volume de água que entra no lago), de 1005 metros cúbicos por segundo, ainda é menor a defluência (volume de água que deixa o lago), hoje em 1113 m3/s.

O que falta é governo

Erra quem atribui a culpa pela situação atual à meteorologia imponderável e a problemas climáticos localizados entre o Sudeste e o Centro Oeste brasileiros. A coisa só chegou onde chegou porque o ONS, o Operador Nacional do SIstema Elétrico, atuou com prodigalidade ao permitir o sangramento das reservas sem adotar nenhuma medida de contenção. O governo contava com a ocorrência das chuvas antes da volta dos apagões, que podem acontecer a qualquer momento por causa da redução da confiabilidade do sistema.

Os lagos exauridos desempenharam bem a tarefa de cabos eleitorais. Trouxeram o País até as eleições sem grandes problemas evidentes. Para conseguir esse intento, o ONS exauriu os reservatório. Atuou como o apostador que, diante de golpes sucessivos de azar, vai dobrando a aposta até perder tudo o que tem. O que se perdeu é muito importante e caro a um Brasil de tantos gargalos estruturais: a segurança elétrica, dada pelo estoque de água armazenada nos lagos da hidrelétricas.

Uma pedra no caminho das chatas

A eclusa de Buritama: Chegar até aqui é coisa para os pequenos. Somente eles.
A eclusa de Buritama: Chegar até aqui é coisa para os pequenos. Somente eles.

Os rios Grande, Paranaíba e Paraná formam a bateria que faz girar a roda da economia brasileira. Eles são os responsáveis por cerca de 70% da eletricidade produzida no País. Mas sua importância não pode ser medida apenas em megawatts/hora de energia elétrica, pois seu papel na economia é muito maior.

Tome-se o que acontece na bacia do Tietê, rio que desagua no Paraná logo abaixo do vertedouro de Ilha Solteira. Nele há quatro hidrelétricas de porte médio. Elas asseguram o nível ao longo da bacia e a navegabilidade de barcos de grande capacidade de carga. Pela hidrovia passam — ou passavam — quase seis milhões de toneladas de carga por ano. Quase toda a soja produzida em Goiás, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul chegava ao Porto de Santos por meio dessa hidrovia.

Os grão eram embarcados preferencialmente em São Simão (GO), onde um terminal intermodal recebia cerca de 8% das commodities produzidas pelo agronegócio. Em Pederneiras (SP), as cargas eram transpostas para um ferrovia. A mercadoria desembarcava então nos porões dos navios transoceânicos atracados no Porto de Santos.

Mas o colapso técnico nas represas do Tietê (os três principais reservatório estão com sua reserva hídrica zerada) acabou interditando o tráfego das barcaças pela hidrovia em maio passado. Em função disso, há mais de meio ano os armazéns graneleiros goianos e o porto intermodal de Pederneiras não movem uma tonelada de carga sequer.

A interdição ocorre próximo à barragem de Promissão, em Buritama, bem no meio do caminho entre Pereira Barreto, na foz do Tietê, e Pederneiras, o ponto final da hidrovia. Com o nível do reservatório de Três irmãos ao rés-do-fundo, as barcaças não conseguem aceder à eclusa por causa do leito pedregoso e raso.

O problema é tão antigo quanto a própria hidrovia. O governo de São Paulo prometeu, meses atrás, contratar uma empreiteira e dinamitar uma estrutura rochosa, aprofundando o leito, o que tornaria a navegação perene. Mas a promessa caiu no esquecimento. O governo estadual continua dando desculpas evasivas para algo que não tem resposta: a inação que poderia ter evitado a interrupção do tráfego de chatas de grande porte.

O mundo ao contrário

Estou adorando acompanhar os primeiros movimentos do governo após as eleições. Dilma Rousseff está exuberante em seu papel de Aécio Neves. Afinal, quem, segundo ela própria, iria aumentar juros, cortar gastos, corrigir tarifas e reduzir subsídios dos bancos públicos ?

cpb

Não estou criticando. Acho que a Presidente está sendo racional. Mas, se a ideia era fazer um governo tucano, por que tanto empenho em ganhar as eleições ? Não seria a mesma coisa se o resultado das urnas fosse outro ?

 

 

Política não é futebol, por Victoria Pannunzio

Por Victoria Pannunzio *

Tá certo que no sangue brasileiro corre toda aquela competitividade, a vontade de chegar ao trabalho no dia seguinte e dizer “chupa, fulano, seu time perdeu!”… Quem não se acostumou? Quem nunca chamou de freguês, fracote, sofredor, ladrão? “Pega a bola, imbecil!” “Só pode ser burro!” “Alguém tira esse poste de campo?” “Aôoooo juiz!”. Futebol é religião e certamente tem como linguagem a ofensa, afinal, qual a primeira qualidade que te vem na cabeça ao lembrar da mãe daquele juiz que não deu falta pro time adversário? Passa um dia, dois dias, e ainda fazem aquela piadinha de mal gosto quando você tá no rebaixamento…

vivi

Na política não é bem assim… Não se comemora a derrota do rival no dia seguinte com os amigos, não se assiste num bar gritando se seu candidato vai mal, não se estampa o nome na camisa, não comemora a vitória daquela lei que vai fazer bem pro país, e o mais importante: não se torce contra o rival. “Construiu um porto em Cuba. Tira essa mulher de campo!” “E o aeroporto para o tio? Ainda bem, assim não joga no próximo jogo” “escândalo da Petrobrás? Tem que acontecer de novo pra o eleitor perceber!”

Não, parceiro, não é bem assim que funciona. Seu candidato perdeu, e eu sinto muitíssimo por você, mas não é certo torcer para tudo ir mal no mandato de quem ganhou. A diferença é que quando você seca o time daquele seu colega que te enche o saco, se o time dele perder, o seu é quem vai se dar bem. Na política, se o time do outro se der mal, você se dá mal também.

Vamos pensar assim, o nosso país é um time de futebol. Os senadores, ministros, deputados e todo o resto são os jogadores, e eu e você somos os torcedores. Os jogadores nunca vão entrar no time sem motivo. Acredite na teoria que quiser, mas te garanto que ninguém é escolhido para governar sem nenhum voto. Bom, eu e você ficamos ali na arquibancada esperando pra ver o que vai acontecer.

O presidente é o técnico do nosso time. Todo torcedor sabe que nem sempre o técnico é o preferido de todo mundo, e que tá cheio de torcedor esperando para aquele “cruza-braços” sair logo e entrar um, quem sabe, melhor. E que quando isso acontece, é melhor cruzar os dedos e esperar que o novo seja bom de verdade. E todo mundo sabe também que a culpa nem sempre é toda do técnico, ás vezes os jogadores também não querem jogar. Ás vezes é o técnico mesmo, fazer o que, né? Nesse caso, ou melhora o serviço, ou vaza. Simples assim no futebol.

A verdade é que mesmo que os jogadores e o técnico sejam ruins, o torcedor nunca pode deixar de apoiar o time. Por mais que o banco te assuste, que a cara do técnico te dê calafrios e que você desgoste dos onze jogadores dali, você nunca pode desistir do seu time. Pode até cair pra série B, mas olha, no outro ano você já tá ali gritando os nomes de novo.

E você sabe, torcedor, que estádio cheio ganha jogo. Que o grito da torcida faz a adrenalina voltar e aquecer aquele estádio que tinha tudo para estar desanimado. Mas você nunca pode desistir do seu time. Quantas alegria ele te deu, não é? Existe torcedor fanático, existe! Existe torcedor que não está nem aí? Existe! Existe torcedor que já está cansado de tanto sofrer pelo seu time? Oh se existe! Mas ainda são todos torcedores.

Por isso, torcedor, torça junto mesmo com aquele técnico que você não gosta…. Torça mesmo que aqueles jogadores da zaga não te agradem. Torça até quando o estádio não estiver tão cheio assim… Ajude o seu time porque ele ainda é seu e nada no mundo pode mudar isso! E nunca, torcedor, nunca, torça para que o seu time faça um gol contra. Mesmo se for daquele jogador que você odeia muito… Porque sendo ele ruim ou bom, o gol levado ainda é do seu time.

Bola pra frente, torcedor. O jogo não pode parar. Joga junto, torcedor, ajuda o técnico a ganhar o jogo. “Que a garra da torcida inteira vai junto com você Brasil!”

 

* Victoria Pannunzio tem 16 anos, é estudante secundarista e pretende ser jornalista no futuro — a despeito da oposição do pai, Fábio Pannunzio, o editor deste blog.

Ao vencedor, as batatas

É o que diria o velho Rubião aos atores da renhida eleição que se encerrou ontem: “Ao vencedor, as batatas!”.

Dilma Rousseff é a presidente de todos os brasileiros — inclusive dos 48,36%  que não votaram nela.

Desejo-lhe mais sorte do que teve no primeiro mandato, visto que ela mesma reconhece que precisa mudar muita coisa para tornar seu governo melhor.

batatas

Gostaria de desejar-lhe boa sorte especialmente no combate à corrupção. Se as promessas não forem apenas um conjunto vazios de bordões eleitorais, a nossa presidente vai ter que decepar a cabeça de muitos amigos e companheiros de longa data. Pois que ela tenha a força moral necessária para fazê-lo.

E conte conosco para ajudá-la em sua tarefa. Os que como eu não toleram roubalheira, corrupção, improbidade, estarão aqui vigilantes, prontos para apoiá-la nessa ação saneadora, oferecendo-lhe dados e argumentos para que ela possa agir conforme disse agiria.

Lembro que o personagem de Quincas Borba, em sua peroração ‘humanitista’, não se esqueceu dos derrotados na luta pelo campo de batatas:

Aos vencidos, compaixão!