Política não é futebol, por Victoria Pannunzio

Por Victoria Pannunzio *

Tá certo que no sangue brasileiro corre toda aquela competitividade, a vontade de chegar ao trabalho no dia seguinte e dizer “chupa, fulano, seu time perdeu!”… Quem não se acostumou? Quem nunca chamou de freguês, fracote, sofredor, ladrão? “Pega a bola, imbecil!” “Só pode ser burro!” “Alguém tira esse poste de campo?” “Aôoooo juiz!”. Futebol é religião e certamente tem como linguagem a ofensa, afinal, qual a primeira qualidade que te vem na cabeça ao lembrar da mãe daquele juiz que não deu falta pro time adversário? Passa um dia, dois dias, e ainda fazem aquela piadinha de mal gosto quando você tá no rebaixamento…

vivi

Na política não é bem assim… Não se comemora a derrota do rival no dia seguinte com os amigos, não se assiste num bar gritando se seu candidato vai mal, não se estampa o nome na camisa, não comemora a vitória daquela lei que vai fazer bem pro país, e o mais importante: não se torce contra o rival. “Construiu um porto em Cuba. Tira essa mulher de campo!” “E o aeroporto para o tio? Ainda bem, assim não joga no próximo jogo” “escândalo da Petrobrás? Tem que acontecer de novo pra o eleitor perceber!”

Não, parceiro, não é bem assim que funciona. Seu candidato perdeu, e eu sinto muitíssimo por você, mas não é certo torcer para tudo ir mal no mandato de quem ganhou. A diferença é que quando você seca o time daquele seu colega que te enche o saco, se o time dele perder, o seu é quem vai se dar bem. Na política, se o time do outro se der mal, você se dá mal também.

Vamos pensar assim, o nosso país é um time de futebol. Os senadores, ministros, deputados e todo o resto são os jogadores, e eu e você somos os torcedores. Os jogadores nunca vão entrar no time sem motivo. Acredite na teoria que quiser, mas te garanto que ninguém é escolhido para governar sem nenhum voto. Bom, eu e você ficamos ali na arquibancada esperando pra ver o que vai acontecer.

O presidente é o técnico do nosso time. Todo torcedor sabe que nem sempre o técnico é o preferido de todo mundo, e que tá cheio de torcedor esperando para aquele “cruza-braços” sair logo e entrar um, quem sabe, melhor. E que quando isso acontece, é melhor cruzar os dedos e esperar que o novo seja bom de verdade. E todo mundo sabe também que a culpa nem sempre é toda do técnico, ás vezes os jogadores também não querem jogar. Ás vezes é o técnico mesmo, fazer o que, né? Nesse caso, ou melhora o serviço, ou vaza. Simples assim no futebol.

A verdade é que mesmo que os jogadores e o técnico sejam ruins, o torcedor nunca pode deixar de apoiar o time. Por mais que o banco te assuste, que a cara do técnico te dê calafrios e que você desgoste dos onze jogadores dali, você nunca pode desistir do seu time. Pode até cair pra série B, mas olha, no outro ano você já tá ali gritando os nomes de novo.

E você sabe, torcedor, que estádio cheio ganha jogo. Que o grito da torcida faz a adrenalina voltar e aquecer aquele estádio que tinha tudo para estar desanimado. Mas você nunca pode desistir do seu time. Quantas alegria ele te deu, não é? Existe torcedor fanático, existe! Existe torcedor que não está nem aí? Existe! Existe torcedor que já está cansado de tanto sofrer pelo seu time? Oh se existe! Mas ainda são todos torcedores.

Por isso, torcedor, torça junto mesmo com aquele técnico que você não gosta…. Torça mesmo que aqueles jogadores da zaga não te agradem. Torça até quando o estádio não estiver tão cheio assim… Ajude o seu time porque ele ainda é seu e nada no mundo pode mudar isso! E nunca, torcedor, nunca, torça para que o seu time faça um gol contra. Mesmo se for daquele jogador que você odeia muito… Porque sendo ele ruim ou bom, o gol levado ainda é do seu time.

Bola pra frente, torcedor. O jogo não pode parar. Joga junto, torcedor, ajuda o técnico a ganhar o jogo. “Que a garra da torcida inteira vai junto com você Brasil!”

 

* Victoria Pannunzio tem 16 anos, é estudante secundarista e pretende ser jornalista no futuro — a despeito da oposição do pai, Fábio Pannunzio, o editor deste blog.

PT, por que não te calas?

Dá nojo ver o que o PT está tentando fazer com a Marina. A estratégia pode ser resumida numa frase pronunciada pela rainha da baixaria no horário eleitoral, a candidata Dilma Rousseff. “Há muito ódio nesta campanha”,  disse ela no último sábado. Certamente estava se referindo ao que vai em seu próprio coração (ou fígado).

Devil

A tática consiste em pegar o que há de pior no Reino de Hades da internet (criado, aliás, pelas penas alugadas do PT) e transpor esse lixo para a televisão e o rádio. Na seara da “grande mídia” controlada pelo Partido dos Trabalhadores, vale tudo. Assim como valeu tudo para aliciar mensaleiros no Congresso e amealhar propina na Petrobrás. Petistas não brincam em serviço.

Ocorre que os brasileiros não estão inertes diante da baixaria. Ainda que a campanha seja bem-sucedida, ficará eternamente gravada na mente dos eleitores esclarecidos. Vai ribombar, ricochetear e voltar como um bumerangue nas cabeças coroadas do partido no futuro. E a memória da sujeira, da mentira e do truque barato custará caro ao séquito de Lula. Ainda que a campanha dê certo, vai promover a eleição de um líder de araque, sufragado por eleitores que estão confusos com tanta dissimulação.

Torço para que dê errado. Assim como a cadeia deve ter ensinado alguma coisa à cúpula da facção petista mensaleira, uma derrota teria efeitos espetaculares sobre a arrogância e a falta de limites éticos num momento tão importante da vida institucional brasileira.