Esgotaram-se os efeitos da campanha de artilharia feita pelo PT contra a candidata Marina Silva, do PSB. É o que se pode inferir da pesquisa IBOPE / Estadão / Rede Globo publicada hoje. Dilma perdeu três pontos percentuais, Marina apenas um e Aécio voltou a subir, ganhando quatro pontos, recuperando algum otimismo para a combalida campanha dos tucanos.
Mas o que importa mesmo é que o levantamento deixa claro que a estratégia da baixaria impõe mais perdas a Dilma Rousseff do que a Marina Silva. E, para desespero dos petistas, as projeções para o segundo turno seguem inalteradas, com a ex-senadora adiante da atual presidente da República, ainda em situação de empate técnico, mas ampliando sua vantagem de um para três pontos percentuais.
O esgotamento da estratégia vai causar um enorme alarido na campanha chapa-branca. A pancadaria começou cedo demais, não surtiu o efeito necessário e agora está desgastando a cabeça-de-chapa petista. E isso deve implicar perdas maiores quanto maior for a violência verbal. Enquanto isso, Marina ganha quando se coloca como vítima do marketing odiento dos advsersários.
A julgar pelo tom dos discursos, cada vez mais raivosos e violentos, é previsível que a o PT não tenha mais alternativa para trazer de volta o debate ao plano das proposição e da propaganda positiva. O ‘coffin corner’, ou ponto de não-retorno, já teria sido ultrapassado ao longo das últimas duas semanas. Sem que a campanha petista tenha logrado desconstruir sua principal adversária nem trazê-la para a a dianteira nas projeções do segundo turno.
Um dado impressionante, revelador do equívoco da estratégia do PT, é o que mostra que Dilma está mais associada aos banqueiros do que sua rival. Marina é vinculada ao sistema financeiro por apenas 20% dos eleitores. Dilma Rousseff, por 42%. Entre as duas está Aécio Neves, com 25%.
Ou seja: o investimento na principal peça da campanha até agora, o filmete que simula uma reunião de banqueiros, mostrou-se inútil — e ainda prejudicou a própria candidata. Curiosamente, com a campanha negativa, Dilma está perdendo eleitores para Aécio Neves, numa dinâmica que não havia sido identificada em levantamentos anteriores.
A três semanas do pleito, o quadro tende a se acomodar, preveem os analistas políticos, com variações cada vez menores. E quando começar a campanha em segundo turno, Marina terá o mesmo tempo de exposição na televisão que Dilma Rousseff.
Se os petistas não inventarem uma bruxaria nova, diferente da atual e muito eficiente, podem ir dando adeus ao Planalto.