Ampliar o foco e acabar com os partidos. É só o que resta a Dilma fazer.

A presidente Dilma Rousseff diz e repete desde sempre que seu governo patrocina a descoberta dos escândalos que invariavelmente colocam mais petistas na fogueira da corrupção. A afirmação é inverídica. Quem investiga os malfeitos protagonizados pelos petistas e outros aliados na roubalheira são o Judiciário, o Ministério Público e a Polícia Federal, investida de prerrogativas constitucionais. O governo central vai sempre a reboque das más notícias.

Tudo o que PT e aliados não querem é a abertura das diversas caixas de Pandora representadas pelos múltiplos esquemas profissionais de roubalheira. As investigações só acontecem, aliás, porque os partidos cleptomaníacos não conseguem, como gostariam, controlar a Justiça, o MP e a imprensa.

Até aqui, o ‘saneamento’ das instituições tem demonstrado que basta apontar a lente para algum ponto da máquina pública para encontrar os ladrões ocupantes de cargos de confiança e evidenciar sinais da rapina da qual são encarregados por delegação publicada no Diário Oficial. Com a chancela presidencial.

maoslimpas

A Presidente tem, no entanto, uma chance de demonstrar que o que diz é verdade e reflete seu ânimo político. A ela, que se julga dona de todos os Poderes, cairia muito bem a iniciativa de ampliar o foco e iniciar uma faxina verdadeira e substanciosa por conta própria, sem esperar pelas más notícias que certamente sairão de órgãos como as estatais do setor de energia e outros grandes contratadores de serviços. É fixar a lente e enxergar a roubalheira.

O caminho para isso já foi dado pelos próprios barnabés da corrupção. Dirijam a lente expedita da Justiça para Itaipu, onde é nítida a ascendência dos malversadores de dinheiro público. Depois foquem as agências, especialmente a ANTT, que foi loteada para homens como o espírito público do futuro ex-senador (graças a Deus!) Gim Argello, o amigão do peito de Dilma Rousseff.

Apropriar-se de conquistas que não são suas não vai fazer da Presidente a protagonista do processo. Repetir frases vazias como a de que é o governo quem patrocina a descoberta dos múltiplos esquemas não serve para nada. Com metade de seus indicados  potencialmente enrolada nos escândalos que já são conhecidos, até a reputação da próprio Dilma, que todos reconhecem ser pessoalmente honesta (o que aliás não diz quase nada, uma vez que preside um governo de larápios) corre o risco de ser enlameada. Muito ruim para quem entrou como faxineira, mas não consegue enxergar as toneladas de resíduos tóxicos da corrupção que estão diante de seu próprio nariz.

O processo que o juiz Sérgio Moro iniciou no Brasil pode desaguar em algo como a Operação Mãos Limpas, que investigou mais de cinco mil pessoas e conseguiu condenar um terço dos réus. E que, entre outros, teve o mérito de acabar com TODOS os partidos políticos italianos, igualados no lodo pela prática nefasta da tunga sistemática.

Talvez seja mesmo a oportunidade de começar o processo de depuração mandando para o lixo o que ao lixo pertence. Se os partidos foram transformados em aves de rapina pelo patrimonialismo descarado dos petistas e associados, à breca com o PT, PMDB, PP, PSDB e toda a caterva reunida sob siglas que começam com a letra P, de propina. Está mais do que claro que essas agremiações se especializaram no crime organizado, que está rapidamente transformando todos eles em gigantescas quadrilhas de assaltantes da Viúva.

BESTA e MST se juntam para pregar o golpe

Cortaram os neurolépticos da ração da BESTA (Blogosfera Estatal) ? Acabou o suprimento de Carbolitium ? A teoria da conspiração agora é a conspiração da teoria. Até o Tóffoli — coitado! — virou agente do golpe tucano-coxinhista. Vai para o Gullag quando essa antevisão do inferno se concretizar. E em conluio com quem ? Gilmar Mendes!!!!! Pelamordedeus!!!!!!

O golpe da BESTA: terror do MST para alimentar manches terroristas da petralhada.
O golpe da BESTA: terror do MST para alimentar manches terroristas da petralhada.

Veja só o clima que essa galera pretende criar. Fica cada dia mais evidente que a democracia, para os mercenários midiáticos da BESTA, é apenas uma tática. Que se suprime caso os donos da bola percebam qualquer ameaça de ter  sua malfeitoria desvendada.

O que eles fazem é ameaçar o País para tentar fazer parar as investigações na PETROBRAS. Estão usando o terror para assustar as pessoas. Antes que os vazamentos resvalem neles próprios mais do que já resvalaram. E que seus chefes  se defrontem com a perspectiva do impedimento — não pelas mãos da conexão Mendes-Tóffli, mas ao cabo de um processo cujo conteúdo probatório vem sendo impecavelmente construído pelo juiz Moro .

Nada ameaça mais a democracia do que esses terroristas midiáticos. Para nossa sorte — nossa, dos demais brasileiros, aqueles que têm que trabalhar honestamente para sobreviver — são meia dúzia e não têm a menor credibilidade. Se fossem mais numerosos e menos apegados ao jabaculê, talvez fossem motivo de preocupação. Mas não são. A democracia brasileira vai sobreviver, ainda que o País tenha que enfrentar de novo o processo que já culminou com a deposição de Collor.

 

A censura de Cid Gomes à revista Isto É

Uma juíza cearense determinou a proibição da venda e a apreensão da edição da revista Isto É desta semana. A censora de toga agiu a pedido do governador do estado, Cid Gomes, que não gostou de ver seu nome arrolado entre os que receberam dinheiro do esquema da Petrobrás.

censura

Cid Gomes poderia ter se valido de qualquer medida judicial para obter a reparação do prejuízo moral, caso a informação não seja verdadeira. Preferiu vestir o capuz do algoz e apelar para um instrumento autoritário que a Justiça brasileira teima em não sepultar, a censura prévia. E sempre para atender aos interesses de políticos que se vêm tragados por escândalos.

Mais uma vez, o Judiciário afronta não apenas a Constituição brasileira. E o dano não é apenas da revista empastelada.  É dos leitores da revista. E não apenas os cearense: a decisão vale para todos os brasileiros, até para aqueles que não estão nem aí para os negócios do oligarca nordestino.

Com essa medida, o monstrengo da censura togada mostra novamente os dentes e as garras, como se estivesse a nos lembrar que o Brasil ainda tem uma democracia muito nova e muito frágil. Basta o estrilo histérico de alguma autoridade em maus lençóis e ele reaparece.

Em alguns casos, esse monstro cria amarras sistêmicas que se cronificam. É o que acontece, por exemplo, com a blogueira Adriana Vandoni, de Cuiabá, MT. Ela move uma luta solitária contra a corrupção em seu estado. A pedido de um político ficha-suja, Adriana continua censurada pela Justiça desde 2009. Não há um desembargador, uma câmara, ninguém no Tribunal de Justiça que consiga lhe devolver seu direito constitucional de se manifestar. E não se trata de qualquer meliante da política. Estamos falando de José Geraldo Riva, o corrupto mais processado do País. É o autor do pedido de censura à blogueira.

Por força das pressões exercida por Riva, Adriana não encontra trabalho em sua cidade. Até algumas semanas atrás, ela mantinha às suas próprias expensas o blog Prosa e Política. Sem ter mais a quem recorrer em sua luta solitária, Adriana decidiu enfrentar o meliante que a censurou em sua própria seara. Está disputando uma vaga de deputada estadual pelo PDT. Caso seja eleita, acabaram-se os dias de reinado de Riva na Assembléia Legislativa, de onde, segundo o Ministério Público, ele já roubou meio bilhão de reais.

Como se vê,  carapuça de algoz agora investida em Cid Gomes o equipara a gente do quilate de Riva. E a este se equiparam todos os juízes, advogados e partes que pugnam pela censura. É um instrumento odioso, que conspurca a democracia porque viola a liberdade de expressão. Porque tolhe o cidadão, o leitor, o telespectador ou ouvinte de ter acesso às informações sobre os malfeitos dos homens públicos.

Como se vê, resquícios da ditadura brasileira, que parece hoje tão distante no tempo e no espaço político, ainda assombram, como esqueletos emparedados e barulhentos que de tempos em tempos acordam para nos lembrar o quanto somos vulneráveis.