A história recente está cheia de gatunos petistas apanhados com a mão na botija do erário. Gente insidiosa, que justifica seus achaques com a moral do guerrilheiro. A despeito de estarem no poder — esse André Vargas é vice-presidente da Câmara Federal — atuam nos bastidores para desmoralizar o Estado e o governo que integram.
Pois bem. André Vargas, o indecente, aquele que tem coragem suficiente para um gesto de desagravo dos mensaleiros em face do juiz que os mandou para o xilindró, é também boy de luxo do doleiro que lava o dinheiro de dez entre dez corruptos do País. E não apenas isso: é um espécie de desbravador do lobby dos canalhas que do que é público só querem a oportunidade da tunga.
Ninguém pode se empenhar tanto na defesa de bandidos com trânsito em julgado sem equiparar-se a eles no seu psiquismo. O pai cujo filho é pego traficando drogas não provoca o juiz que condenou seu rebento depois de prolatada a sentença. A mãe cuja filha foi flagrada explodindo caixas eletrônicos não se insurge contra o delegado que a prendeu em ação delitiva.
Mas André Vargas provocou ao extremo, com descortesia e soberba, o juiz que mandou seus colegas e líderes para o calabouço da Papuda. Por que tanto empenho ? Tenho um palpite: sabedor do que tem feito na intimidade da alcova, talvez esse deputado de moral tão frágil tema o ‘pegar’ da moda e tenha sido acometido por alguma antevisão aterradora de seu próprio futuro.
O que está certo num País de tantas coisas erradas é que é preciso e urgente separar políticos de ladrões. Ladrões são aqueles que tomam de assalto a política para se locupletar. Grassam em todos os partidos, mas concentram-se especialmente em legendas já testadas como cafofo de outros ladrões investidos de mandato. Ali encontram abrigo, proteção e uma equipe incrível para assessorá-los na consecução de seus golpes.
Políticos, numa democracia, são aqueles que se valem de mandato popular para trabalhar em benefício da coletividade. Se você quiser saber onde encontrar um deles, o caminho é facílimo. Vá até o Aeroporto de Cumbica, tome um avião para Montevideo. Voe duas horas e meia. Depois de aterrissar e passar pelos trâmites alfandegários, procure por um senhor chamado José Mujica, mais conhecido como Pepe Mujica.