Apagar o incêndio com gasolina é o que parece querer a nossa cara (no sentido de dispendiosa) presidente Dilma Rouseff. Teria sido mais fácil, honesto e efetivo anunciar a redução pela metade de seu ministério do que conclamar um plebiscito para bypassar o Congresso.
Mais rápido e eficiente do que qualificar como hediondo o crime de corrupção (medida, aliás, imperiosa e necessária), teria sido demitir já os corruptos alojados no primeiro e segundo escalões da República. Mas isso Dilma não fará — ou pelo menos não anunciou que fará. Mateus, primeiro os teus!
Em vez de colocar sua enorme base de apoio para trabalhar, a presidente prefere encurralar o Legislativo com uma proposta arriscada, trazendo para o discussão um elemento que até agora estava ausente do debate: a ruptura institucional.
Imagine o que acontecerá quando o Congresso disser “não” a essa sandice — porque seus atuais integrantes agiriam defensivamente, vendo-se obrigados a aceitar a ingerência de uma assembléia alienígena convocada para interferir no seu escopo de atribuições.
Plebiscitos e reformas constitucionais propostos como medicamentos genéricos não vão curar a doença. A saída é debelar a corrupção na administração da máquina. E isso pode ser feito por decreto e portaria. Não precisa de constituinte.
A proposta, aliás, chega num momento muito ruim para o País, de pibinho renitente, inflação em alta, dolar caro, rebaixamento de conceitos pelas agência de classificação de riscos, fuga de capitais rumo à segurança política do primeiro mundo.
No mais, fica a impressão de que ao governo interessa, para sua própria sobrevivência, recorrer ao meio — o plebiscito — como um fim em si para legitimar pretensões golpistas abertamente defendidas pela ala dominante do PT.
Foi assim que Hugo Chavez conseguiu mudar o nome de seu país, incluindo o adjetivo “bolivariana” na Constituição.
Parabéns Fábio !
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